Um poema de Nercy Barbosa
desde que me sei
respostas me foram perguntas
quando juntas se confundem
quero mais do mundo
que em mim se fixa
como invólucro
como invólucro
quando me vem do centro
sou o objeto de pesquisa
aquele que enlouquece
um pouco o resto do que sou
sou o objeto de pesquisa
aquele que enlouquece
um pouco o resto do que sou
numa cegueira que não vem dos olhos
e sim do não entender visões outras
vem de um pisar torto
como quem rompe um ligamento
e fica manco dos olhos
que o pés não têm
e sim do não entender visões outras
vem de um pisar torto
como quem rompe um ligamento
e fica manco dos olhos
que o pés não têm
Poema de Nercy Luiza Barbosa
Ilustração: " Mulher com cabeça de Flores", de Salvador Dali.
Labels: altair de oliveira, desde que me sei, Nercy Luiza Barbosa, poesia, poesia independente
2 Comments:
Bem no pé-do-olhar, cada um é caçador de si mesmo, procura se conhecer aos poucos para minimizar a estranheza no mundo... A poeta aqui captou belamente isto!
Que gentileza, Altair... Postar meu poema em seu blog e ainda fazer um comentário tão pertinente ao meu sentir.
Obrigada, querido.
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