Tuesday, November 15, 2005



És tu Dante?

Partindo de mim (que me conheço um pouco...) sigo perseguindo o amanhecer de certas palavras, me segurando. Trilho brilhos. Às vezes devoro um livro todo em busca dum poema, um poeminha de nada que justifique e alivie. Mas às vezes nem isso, um belo verso apenas, ou uma simples palavra cruzando as pernas...hê! Gosto de dizer que poesia é quando as palavras mostram as calcinhas. Seriam indícios do insólito ou mero vício? Ex-melro, me esmero nisso!
Não sou um estudioso da palavra, nem da poesia, tenho relações mais íntimas com elas: sou um estudante. Estudante no sentido de estar sempre buscando um meio de explicar-me meus espantos, de dar sentido ao que senti, testemunhar-me. Rilke falava algo como “dizer o indizível” para denominar isso! Para isso as palavras são legais, às vezes se esforçam tanto na molecagem que chegam a dizer mais do queríamos dizer. Daí que teve uns tempos em que achei que poesia antes de ser escrita era pré tensão, depois, pretensão. Dada a palavra certa se diz tudo, o que não é fácil, às vezes até todo esforço disponível na tentativa do significar é pouco, neste caso o melhor é continuar não sendo. Sentir-se sem palavra é perder o sentido. Palavras sem sentido, sinceramente: não precisamos disto!Mas poesia não é tudo. Poesia é pouco, muito pouco... Serve, na maioria das vezes, ao próprio autor e para muita pouca coisa. Entretanto, poucos conseguem tocar-lhe ou ser tocado por ela, e isto sim: não é pouco!

Thursday, November 10, 2005


Ah....Parição!!!

Caros, claro que nesta primeira vez de dar as caras, coro. Mas ocupo acanhadamente o recinto e sinto que posso, aos poucos, adorná-lo e com um pouco de arte e manha, amanhã torná-lo mais à minha cara. Pretendo um espaço um tanto quanto tinto de poesia, para deixar também minhas impressões de leituras, onde possa pintar também pinturas, ressonâncias de música, inquietações...e etc. Brindemos, pois, à casa nova: viva a vida!!! Espero que de repente vocês (e que sejam tantos) possam também se sentir em casa e aqui fazerem e acontecerem. Outro viva para vocês!!!
Por ora desejo que sejam bem vindos e os saúdo com um pequeno poema de meu livro “O Embebedário Diverso”.

SENSAÇÕES

Quando olho teus olhos nos meus olhos
sou propenso a pensar contentamentos
sobre os intensos silêncios que ensurdecem
e se misturam no ar como um aprece
que colore os perfumes que alimentam
a frágil troca de afagos que amplifica
e edifica os melhores sentimentos...

Altair de Oliveira.