Sunday, September 30, 2007


As mulheres, as melhores.

Devo aqui confessar, antes de tudo, que amo muito as mulheres e que foram elas mesmas que me ensinaram ser assim. Tive a felicidade, desde cedo, de ser acompanhado e assistido por estes seres carinhosos e guerreiros obstinados em contruir e manter as belezas do mundo. Sei que não as amo o tanto que merecem, mas isso pode ainda mudar. De qualquer modo, para mim elas são as melhores e ponto.
Por isso que me emociono tanto quando leio um livrinho como este "A Ciranda das Mulheres Sábias" da pa poeta e psicóloga americana Clarissa Pinkola Estés (veja trecho abaixo). O livro traz um texto multifacetado que, em primeira mão, podemos considerá-lo como poesia ou como prosa, ou como um livro de conselhos ou ainda como um livro de preces ou muito mais. O que importa é que esta leitura me trouxe um grande prazer que amaria compartilhar.
Para que possam brindar comigo, pois:

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Por todas as filhas inteligentes, desconhecedoras, sem rumo e pelas que tudo sabem... pelas filhas que estão avançando direito ou que prosseguem aos trancos... pelas que estão aprendendo a chorar novamente... pelas que estão aprendendo a gargalhar... por todas elas, não importa se estão saudáveis, curadas ou não, não importa de que classe, clã, oceano ou estrela... por todas as filhas que herdaram amor em abundância de antepassadas queridas que já se foram, mas que mesmo assim ainda fazem visitas... por todas as filhas que um dia ouviram por acaso o conselho de uma sábia destinado a outros ouvidos, mas estas "palavras certas na hora certa" causaram uma centelha que iluminou seu mundo daquele momento em diante para sempre... por toas as filhas que ouviram a sabedoria, não a entenderam, mas a guardaram para o dia em que conseguiram compreender... pelas filhas que remam sozinhas e cujas antepassadas escolhidas foram por necessidade encontradas em livros queridos, em imagens norteadas captadas no cinema, na pintura, na escultura, na música e na dança... pelas filhas que absorvem o bom senso e as atitudes necessárias trazidas por espíritos de sabedoria, ásperos e evanescentes que aparecem em sonhos noturnos... pelas filhas que estão aprendendo a escutar a velha sábia da psique, aquela estranha sensação interior de nítida percepção, de audição, noção e ação intuitivas... pelas filhas que sabem que esta fonte de sabedoria interior é como a panela de mingau dos contos de fada que, por mágica, nunca se esvazia por mais que se derrame seu conteúdo...

Por elas...
abençoadas sejam suas belezas, tristezas
e buscas; que sempre se lembrem de
que perguntas ficam sem respostas,
até que sejam consultadas os dois modos
de enxergar: o linear e o interior.

Clarissa Pinkola Estés - In: "A Ciranda das Mulheres Sábias" Editora Rocco.