TRAJETO
E foi depois de transpassar o vale escuro
Ilustração: um trabalho da pintora "Virgínia Paiva"
E foi depois de transpassar o vale escuro
da tua rejeição,
E enveredar-me nos mais longínquos desejos do corpo.
Após os ensejos de dor e escuridão...
Quando a alma desvela-se de torpor imenso...
Em intenso despertar...
Enxerguei, qual fenda minúscula de luz e afago,
Teus olhos lúgubres de menino vivaz
Estendendo-me os braços pequenos
E em seu sorriso sereno
Entreguei-me, lânguida e fria.
Jazia no meu corpo a vida perene
E em teu abraço teci meu ninho de morte
No rosto gélido, sutil alegria à má sorte
De caminhar infindas terras sem destino
E assim fazer morada acolhida em teu peito,
Despertar o espírito em teu leito
De aconchego e desatino...
De paz...
E enveredar-me nos mais longínquos desejos do corpo.
Após os ensejos de dor e escuridão...
Quando a alma desvela-se de torpor imenso...
Em intenso despertar...
Enxerguei, qual fenda minúscula de luz e afago,
Teus olhos lúgubres de menino vivaz
Estendendo-me os braços pequenos
E em seu sorriso sereno
Entreguei-me, lânguida e fria.
Jazia no meu corpo a vida perene
E em teu abraço teci meu ninho de morte
No rosto gélido, sutil alegria à má sorte
De caminhar infindas terras sem destino
E assim fazer morada acolhida em teu peito,
Despertar o espírito em teu leito
De aconchego e desatino...
De paz...
Um poema de "Leonora Guarda"
Ilustração: um trabalho da pintora "Virgínia Paiva"
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