Um Poema de NELSON ASCHER!
GATOS NÃO MORREM
Gatos jamais morrem de fato:
suas almas saem de fininho
atrás de alguma alma de rato.
suas almas saem de fininho
atrás de alguma alma de rato.
Gatos não morrem: sua fictícia
morte não passa de uma forma
mais refinada de preguiça.
morte não passa de uma forma
mais refinada de preguiça.
Gatos não morrem: rumo a um nível
mais alto é que eles, galho a galho,
sobem numa árvore invisível.
mais alto é que eles, galho a galho,
sobem numa árvore invisível.
Gatos não morrem: mais preciso
— se somem — é dizer que foram
rasgar sofás no paraíso
— se somem — é dizer que foram
rasgar sofás no paraíso
e dormirão lá, depois do ônus
de sete bem vividas vidas,
seus sete merecidos sonos.
de sete bem vividas vidas,
seus sete merecidos sonos.
Poema de Neslson Ascher, In: "Parte Alguma".
Labels: altair de oliveira, Nelson Ascher, O lento alento, Parte Alguma